terça-feira, 1 de março de 2011

ORAR OU REZAR

1 de Março

"E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos." Mateus 6:7

Há muitos anos, ao estudar a Bíblia com um grupo de interessados, perguntaram-me qual era a diferença entre orar e rezar. Respondi-lhes que, na realidade, não deveria existir diferença de significado entre as duas palavras. Entretanto, ao longo dos anos, elas passaram a ser usadas de formas diferentes.
O verbo rezar passou a ter o significado de uma oração ou frase previamente estabelecida, que deveria ser repetida tantas vezes quantas desejadas ou ordenadas. Com isso, conseguir-se-ia alcançar alguma graça. Esse costume levou à prática das ladaínhas, ou seja, das rezas simplesmente mecânicas.
Pode ser até que o costume de rezar tenha surgido inicialmente do facto de Jesus ter ensinado aos Seus discípulos a oração modelo, o "Pai Nosso". No entanto, temos de levar em conta que foi justamente antes de lhes propor a oração modelo que o Mestre os advertiu, dizendo: "E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos." Mateus 6:7.
E a oração? A oração é o acto de uma pessoa se dirigir a Deus em comunhão com Ele, para Lhe apresentar louvor e gratidão, bem como necessidades e pedidos. Ellen White, com palavras simples, porém apropriadas, escreveu que "a oração é o abrir do coração a Deus como a um amigo." Gosto muito desta definição. A oração é a áurea oportunidade que Deus nos dá de conversar e manter com Ele um relacionamento pessoal de amizade. Não existe nenhum conflito entre o conselho de Jesus para não usarmos de vãs repetições, e a oração modelo. A lição foi bem clara. Não é por muito falar que seremos ouvidos. Deus olha para a sinceridade e a fé que temos.
Todavia, cabe agora uma reflexão. Não estarão incorrendo em erro semelhante os que rezam mecanicamente, ao orarem à mesa para as refeições, ao lado da cama para dormir, ou mesmo nas orações públicas? Se fossem gravadas essas orações e fossem ouvidas, não seria surpreendente também constactar-se muitas repetições mecânicas? Pensemos seriamente nisto!